Mesmo se fica um bocado repetitivo, queria partilhar algumas fotos que tirei no jardim da minha casa na Malbusca, não são nada especial, mas às vezes gosto de contemplar os pequenos milagres da vida que quase sempre passam desapercebidos a frente de nós.
Por exemplo, esta humilde planta com essas simples florezinhas, a tenho lá na entrada de casa, e quase nem se vê, mas gosto muito do contraste que faz com a cor cinzenta da madeira em que está apoiada:
Na seguinte foto pode verse onde é que está essa planta e como resulta quase invisível no dia a dia quando passar às pressas lá, é um canto muito fixe para tomar um chá com os amigos.
A escultura que há à esquerda é obra da proprietária da casa, está toda feita com peças de madeira que trouxe o Mar à ilha, por isso é que estão todos muito redondeados pela acção das ondas nas rochas da praia, quase parecem ossos, e para mim representam a diversidade de caminhos que podem-se escolher na vida:
Uma das coisas que mais chamaram a minha atenção as primeiras semanas que morei em Malbusca, foi a quantidade de pássaros que há e o presentes que estão no dia a dia, não só a causa dos seus cantos, mas também porque alguns são muito curiosos e gostam de bater na janela com insistência:
Às vezes termino por correr a cortina porque não me deixa concentrar-me no meu trabalho, sempre a bater na janela como se fosse um pássaro pica pau.
Mesmo cedo de manhã, se demoro em me acordar mais de meia hora depois de sair o Sol, já está lá na janela a bater, como si estivesse a pedir-me para fazer-lhe o pequeno almoço!
Outras vezes, em vez do passarinho, é uma simpática vaca que da uma olhada pela janela ao mesmo tempo que segue a cortar a relva, afortunadamente estas ainda nunca bateram no vidro:
O certo é que muitas vezes tenho grupos de vacas ao pé da minha casa, é fixe, no começo achava que eram animais aborrecidos que não faziam mais do que comer e dormir, mas agora que já as observei melhor, descobri que até escutam a música que ponho em casa, se é música moderna não se importam, mas se é música clássica ou muito calma, então deixam de comer e mover o rabo e ficam a olhar para a minha casa todas expectantes até a música terminar.
Outro detalhe importante que descobri, é que só são calmas quando têm agua e comida, uma vez ficaram sem agua por uma avaria, e cedo de manhã estavam todas imóveis como estátuas, a fazer fila de espera diante do recepente onde costumavam ter agua:
Ficaram assim umas horas, mas na metade da manhã começaram pôr-se nervosas e a brigar umas com outras, mesmo batendo as cabeças com força, havia um touro jovem que não parava de desafiar à vaca-chefa do grupo, eu às vezes tinha medo que puderam até magoar-se, mas como não sabia de quem é que eram nem se talvez estavam se agua por algum tratamento médico... pois não fiz nada.
Além dos animais, tenho muitas plantas no meu jardim, quando quero fazer um chá de menta, não tenho mais do que abrir a porta de casa, e lá tenho menta fresca, todo um luxo:
Como na maioria de ilhas vulcânicas, cá a terra e muito fértil, é incrível como crescem as plantas mesmo entre as gretas do chão, as que são bonitas como estas deixo-las estar:
As minhas favoritas são as rosas, agora estão a dar flores todo o dia, e cheiram mesmo a rosa, algo que nem sempre acontece hoje em dia, eu costumo apanhar uns pétalas cada dia e pôr-los na minha mesa de trabalho, para compensar as más energias de tanto aparelho eletrónico.
E por último estão os insectos, de todos os tipos, cores e tamanhos, um dos que mais chama-me a atenção e este, chamo-lhe "mini-om", cada vez que vejo um mando-lhe embora à rua com cuidado de não lhe esmagar, porque realmente acho que as casas são para as pessoas, e o campo para os animais, mas mesmo assim não deixo de admirar o muito que fazem para o pequenos que são, este da foto não chega a 2 centímetros de cumprimento:
O nome de "mini-om", vem dos oms, uns insectos gigantes que jogam um papel muito importante na história de Nausica do Vale do Vento, cá pode-se ver a Nausica com um om amigo seu:
Bom, pois até cá chegou a mostra dos seres vivos do meu quintal, o facto é que é a primeira vez na minha vida que moro numa casa com quintal, e realmente adoro o cambio, acho que depois disto nunca mais vou poder morar num apartamento sem jardim, é fácil se costumar as coisas boas.